28.9.22

Ángel Manuel Gómez Espada (Poética)




POÉTICA 

 

Leer un poema cojonudo, de esos que te desordenan 
las tres o cuatro verdades del día. 
Querer envolverlo, emularlo, rumiarlo. 
y después de muchas vueltas, 
conformarte con lo poco que has dejado escrito.
Y rezar un tanto para que los demás no noten el jodido fraude.


Ángel Manuel Gómez Espada

 

 

Ler um poema do caraças, desses que te desordenam
as três ou quatro verdades do dia.
Querer envolvê-lo, emulá-lo, remoê-lo,
e depois de muitas voltas
conformar-te com o pouco de teu que lhe meteste.
E rezar para que os outros não notem a merda da fraude.


(Trad. A.M.)

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