NO OS CONFUNDÁIS
Y cuando
ya no quede nada
tendré
siempre el recuerdo
de lo
que no se cumplió nunca.
Cuando
me miren con áspera piedad
yo
siempre tendré
lo que
la vida no pudo ofrecerme.
Creedme:
Todo lo
que pensáis que fue destrozo y pérdida
no ha
sido más que conjetura.
Y cuando
ya no quede nada
siempre
tendré lo que me fue negado.
No os
confundáis: con lo que nunca tuve
puedo
llenar el mundo palmo a palmo.
Tanto
miedo tenéis que no habéis advertido
la
riqueza que se oculta en la pérdida.
Desdichados,
poca
ganancia es la vuestra
si nunca
habéis perdido nada.
Yo sí he
perdido:
Yo
tengo, como el náufrago,
toda la
tierra esperándome.
Francisca Aguirre
E quando
já não me reste nada
terei
sempre a lembrança
do que
nunca se cumpriu.
Quando
me olharem com piedade
eu
hei-de ter sempre
o que a
vida não me pôde dar.
Juro,
tudo
quanto pensais que foi derrota e perda
não foi
mais que conjectura.
E quando
nada mais restar
eu terei
sempre aquilo que me negaram.
Não vos
confundais, com aquilo que nunca tive
eu posso
cobrir o mundo palmo a palmo.
Tanto
medo tendes que não sabeis
a
riqueza que está por trás da perda.
Ó infelizes,
pouca ganância será a vossa
se nunca perdestes nada.
Eu sim,
que perdi,
eu
tenho, tal como o náufrago,
a terra
toda à minha espera.
(Trad.
A.M.)
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- Como por vezes sucede, dou-me conta anos depois que este poema está repetido, pois já fora apresentado aqui
(Francisca Aguirre, Não vos confundais).
Contudo, sendo o poema o mesmo e o mesmo, obviamente, o tradutor, na verdade as duas traduções são distintas, patenteando algumas diferenças relevantes. Ficam ambas como estão, por isso mesmo...
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