LOVE POEM
Ultimately, we will lose each other
to something. I would hope for grand
circumstance — death or disaster.
But it might not be that way at all.
It might be that you walk out
one morning after making love
to buy cigarettes, and never return,
or I fall in love with another man.
It might be a slow drift into indifference.
Either way, we’ll have to learn
to bear the weight of the eventuality
that we will lose each other to something.
So why not begin now, while your head
rests like a perfect moon in my lap,
and the dogs on the beach are howling?
Why not reach for the seam in this South Indian
night and tear it, just a little, so the falling
can begin? Because later, when we cross
each other on the streets, and are forced
to look away, when we’ve thrown
the disregarded pieces of our togetherness
into bedroom drawers and the smell
of our bodies is disappearing like the sweet
decay of lilies — what will we call it,
when it’s no longer love?
Tishani Doshi
[
Emma Gunst]
No fim, havemos de perder-nos por algo
um ao outro, oxalá seja por uma forte razão
– morte ou acidente.
Mas pode não ser nada disto,
podes tu sair de manhã, por cigarros,
e nunca mais voltar,
ou eu apaixonar-me por outro.
Podemos também cair na indiferença,
lentamente.
De qualquer modo, temos de nos preparar
para suportar o peso da perda.
Porque não começar agora que a tua cabeça repousa
no meu colo como uma perfeita lua
e os cães na praia não param de uivar?
Porque não tomar a costura que nos liga
nesta noite indiana e rasgá-la, só um pouco,
para a queda enfim começar?
Porque depois, quando nos cruzarmos na rua
e tivermos de desviar os olhares,
quando arrumarmos na estante do quarto
as partes esquecidas da nossa vida comum,
e o cheiro dos nossos corpos se for esvaindo
como o lento murchar dos lírios
- o que é que havemos de chamar a isto,
quando já não for amor?
(Trad. A.M.)
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Tishani Doshi (sítio) /
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