E se medirmos índices menos materiais - a chamada liberdade, por exemplo, os chamados direitos dos cidadãos - que extraordinária mentira (...), as multidões nos países ditos livres têm menos influência sobre os seus governos do que a plebe na Roma imperial.
O voto, a liberdade de palavra ou de propaganda são o pão que se dá aos imbecis mergulhados até ao inconsciente na atmosfera falsificada do circo.
Qualquer camponês medieval controlava melhor a sua vida do que um eleitor contemporâneo, convencido de que é livre, obrigado e obrigando-se pela força da ideologia a escolher sempre o mesmo género de governantes, a entreter-se com a sua comédia de fingimentos.
PAULO VARELA GOMES
O Verão de 2012
Tinta-da-China (2013)
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