Não há questão estética que seja só estética, bem como não há questão social ou política que não seja também estética, acrescentava.
As horríveis aldeias e vilas por onde passava, a desgraça das estradas nacionais e dos subúrbios, mesquinhos, amontoados com grosseria, eram resultado da corrupção, a grande, a do Estado corrompido pelos construtores desde o tempo do marcelismo, e a pequena, a de toda a gente que mentia, roubava, violava a lei.
Malandrice e desleixo, Portugal era isso, a pobreza que o progresso transformou na estupidez do novo-rico ou daquele que julga que já é rico.
PAULO VARELA GOMES
O Verão de 2012
Tinta-da-China (2013)
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