3.1.21

José Alcaraz (Vou baixar o som dos automóveis)

 


(12)

Voy a bajar el sonido de los coches / hasta que no se oigan. / Y el de las tiendas, / y el de los teléfonos. / El jadeo de los mercados, / el grito de las barriadas, / el sollozo de las oficinas. // Voy a poner mi mano / sobre las bocas de los árboles / para que no cuenten / viejas historias de ahorcados, / y después engrasar / los raíles de las órbitas / y de los caminos al trabajo. // Voy a pedir silencio / en todas las clases, / hacer de la gente una biblioteca / para estudiarlo. // Quiero que el ruido abandone / este poema, / escuchar sólo / tu corazón.

 José Alcaraz

 

Vou baixar o som dos automóveis / até não se ouvirem. / E o das lojas, / e dos telefones. / O arquejar dos mercados, / o grito dos bairros / o soluço dos escritórios. // Vou pôr a mão / nas bocas das árvores / para não contarem / velhas histórias de enforcados, / e depois untar / os railes das órbitas / e dos caminhos para o trabalho. // Vou pedir silêncio / em todas as aulas, / fazer das pessoas uma biblioteca / de estudo. // Quero que o ruído saia / deste poema, / ouvir apenas / teu coração.

 (Trad. A.M.)

 .