3.8.25

Miguel Veyrat (Amor arde só em terra)




AMOR ARDE SOLO EN TIERRA 

 

Él sabe que no hay vida más allá de la muerte.
Que su tigre amante nunca reposará
en la casa del Hades hasta que el humo
no salga de su pira. Que amor arde
sólo en tierra. Dame la mano escucha
te lo pido por piedad pues ya no
regresaré cuando el fuego me posea.
Aquiles le tiende los brazos.
Patroclo como la niebla ya se ha desvanecido.
La carne de su carne es un abrazo
que arde en la noche rasgada contra un filo
de rocas. Parece el cielo entonces
un vaso con la inocente carne diluida
en aquella luz donde dos seres
se amaron un instante —solos y tejidos
por sus frágiles auras de memoria y olvido.
La ausencia pues nunca termina. Siempre
es sin por qué. Como aquél delicado laberinto.
 

Miguel Veyrat 

 

Ele sabe que não há vida para além da morte.
Que seu tigre amante nunca repousará
na casa do Hades até o fumo 
sair da sua pira. Que amor arde 
só em terra. Dá-me a tua mão escuta
peço-te por piedade pois eu já não 
voltarei quando o fogo me possuir.
Aquiles estende-lhe os braços.
Patroclo como a névoa já todo se desvaneceu.
A carne de sua carne é um abraço 
que arde na noite rasgada contra
um fio de rochas. Parece então o céu 
uma taça com a inocente carne diluída 
nessa luz onde dois seres
se amaram por um instante - sozinhos, tecidos
por suas frágeis auras de memória e olvido.
A ausência pois nunca termina, sempre sendo
sem porquê. Como aquele delicado labirinto.
 

(Trad. A.M.)

 .