4.8.22

Juan L. Ortiz (Alma, não te detenhas)




NO TE DETENGAS ALMA sobre el borde
de esta armonía
que ya no es sólo de águas, de islas y de orillas.
¿De qué música? 

¿Temes alma que sólo la mirada
haga temblar los hilos tan delgados
que la sostienen sobre el tiempo
ahora, en este minuto, en que la luz
de la prima tarde
ha olvidado sus alas
en el amor del momento
o en el amor de sus propias dormidas criaturas:
las aguas, las orillas, las islas, las barrancas de humo lueñe?
¿O es que temes, alma, su silencio,
o acaso tu silencio?
Serénate, alma mía, y entra como la luz
olvidada, hasta cuándo?
en este canto tenue, tenuísimo, perfecto.


Juan L. Ortiz

 

Alma, não te detenhas à beira
desta harmonia
que não é já só de águas, ilhas e margens.
De que música?

Temes tu, alma, que só o olhar
faça tremer os delgados fios
que a seguram sobre o tempo
agora, neste instante, em que a luz
da tarde esqueceu as asas
no amor do momento
ou no amor de suas próprias criaturas,
as águas, as margens, as ilhas, os barrancos de fumo distante?
Ou será que temes, alma, o seu silêncio,
ou talvez o teu silêncio?
Sossega, alma minha, e penetra
como a luz olvidada, até quando?
neste canto ténue, tenuíssimo, perfeito.


(Trad. A.M.)

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