IL LAGO DI ANNECY
Non so perché il mio ricordo ti lega
al lago di Annecy
che visitai qualche anno prima della tua morte.
Ma allora non ti ricordai, ero giovane
e mi credevo padrone della mia sorte.
Perché può scattar fuori una memoria
così insabbiata non lo so; tu stessa
m’hai certo seppellito e non l’hai saputo.
Ora risorgi viva e non ci sei. Potevo
chiedere allora del tuo pensionato,
vedere uscirne le fanciulle in fila,
trovare un tuo pensiero di quando eri
viva e non l’ho pensato. Ora ch’è inutile
mi basta la fotografia del lago.
Eugenio Montale
Não sei porque é que te associo na minha lembrança
ao lago de Annecy
que visitei uns anos antes da tua morte.
Mas nessa altura não te recordei, era jovem
e julgava-me senhor do meu destino.
Como é que pode saltar assim de repente
uma lembrança tão funda, não sei;
também tu me enterraste a mim, sem dar conta.
Ressurges agora viva e já não existes.
Podia então perguntar pelo teu colégio,
ver as moças a sair em fila indiana,
achar um pensamento teu de quando ainda
estavas viva, e nada. Agora que é inútil,
basta-me a fotografia do lago.
(Trad. A.M.)