31.5.19

Carmelo Guillén Acosta (Aprendendo a amar)




APRENDIENDO A QUERER




Aprendiendo a querer me iré un día de estos,
y no vendré, lo sé, de los álamos, madre,
ni habrá pájaros, huerto, pozo blanco ni árbol
que me hagan volver, que me iré para siempre.
Por altos pensamientos me iré, de vuelo arriba
hasta donde me lleven estas alas de hombre.
Todo será sencillo, ni un poema siquiera,
ni una flor que arrojarme, ni nadie a despedirme,
tan sólo los amigos notarán que les falto.
Y cuando esto suceda, ni yo mismo sabré
que me he ido, estará mi vida como ahora,
con esta sensación del que empieza otra vez
e intenta no caer en los mismos errores.

Carmelo Guillén Acosta





Aprendendo a amar hei-de ir-me
um dia destes, e bem sei, minha mãe,
que não voltarei lá dos álamos,
nem haverá pássaros, nem horto, nem poço,
nem árvore que me faça voltar,
que me irei para sempre.
Irei por altos pensamentos, voando acima
até onde me levem as asas de homem.
Tudo muito simples, nem um poema sequer,
uma flor que me atirem, ninguém a despedir-se,
só os amigos darão conta que lhes falto.
E quando isto se der, nem eu mesmo saberei
que me fui embora, minha vida estará como agora,
com esta sensação de quem começa de novo
e tenta não recair nos mesmos pecados.


(Trad. A.M.)



>>  Jornadas (anto-24p) / Poetas Andaluces (7p) / Fernando Sabido (7p) / Wikipedia

.