28.5.14

Luís Amaro (Liberdade)





LIBERDADE



Viver sem alarde,
obscuramente,
suportar sozinho
o peso dos sonhos,

fugir do tumulto
que os outros impõem
turvando o silêncio
do nosso mistério;

sem gritos nem gestos
ou palavras vãs
ir por entre as turbas
dos olhos vendados,

ouvir só a voz
do nosso segredo
(mas nunca indiferente
às lágrimas doutrem)

e erguido bem alto
o muro dos sonhos,
ah! poder* enfim
passar livremente.

Luís Amaro


[Luz & sombra]



(*) Corrigido: pode>poder.


.