25.3.14

Alda Merini (Temor dos teus olhos)





PAURA DEI TUOI OCCHI



Paura dei tuoi occhi,
di quel vertice puro
entro cui batte il pensiero,
paura del tuo sguardo
nascosto velluto d'algebra
col quale mi percorri,
paura delle tue mani
calamite leggere
che chiedono linfa,
paura dei tuoi ginocchi
che premono il mio grembo
e poi ancora paura,
finché il mare sommerge
questa mia debole carne
e io giaccio sfinita
su di te che diventi spiaggia
e io che divento onda
che tu percuoti e percuoti
con il tuo remo d'Amore.

Alda Merini



Temor dos teus olhos,
desse vértice puro
onde bate o pensamento,
temor do teu olhar
oculto veludo de álgebra
com que me percorres,
temor das tuas mãos
magnetos ligeiros
reclamando seiva,
temor dos teus joelhos
que me apertam o ventre
e depois temor ainda,
até o mar cobrir
este meu corpo débil
e eu por terra, desfeita
debaixo de ti feito praia
e eu então feita onda
que tu feres uma vez e outra
com o teu remo de Amor.


> Outra versão: Luz & sombra (J.E.Simões)

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