23.6.13
Rui Zink (Negócios com Deus)
Em miúdo, Paulo Gomes fazia negociatas com Deus.
Se o pai não lhe desse uma sova por não ir a horas para a mesa, prometia a Deus que lhe oferecia cinco tostões.
A proposta aumentava substancialmente (para vinte e cinco tostões), se estivesse em causa um pecado maior, tipo problemas na escola, notas ou o pai não descobrir que fumara uma beata do chão.
Todavia, se uma vez ou outra Deus cumpria a sua parte do contrato, já Paulo Gomes acabava invariavelmente por retirar a sua oferta, esquecendo-se de ir pagar o milagre.
- RUI ZINK, O suplente (2000), I,18.
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