18.6.12

Gabriel Zaíd (Teofanias)






TEOFANÍAS




No busques más, no hay taxis.


Piensas que va a llegar, avanzas,
retrocedes, te angustias,
desesperas.
Acéptalo
por fin: no hay taxis.


Y ¿quién ha visto un taxi?


Los arqueólogos han desenterrado
gente que murió buscando taxis,
mas no taxis.


Dicen
que Elías, una vez, tomó un taxi,
mas no volvió para contarlo.


Prometeo quiso asaltar un taxi.
Sigue en un sanatorio.


Los analistas curan
la obsesión por el taxi,
no la ausencia de taxis.


Los revolucionarios
hacen colectivos de lujo,
pero la gente quiere taxis.
Me pondría de rodillas
si apareciera un taxi.


Pero la ciencia ha demostrado
que los taxis no existen.


Gabriel Zaíd





Não busques mais, não há táxis.


Pensas que vem aí um, avanças,
retrocedes, angustias-te,
desesperas.
Aceita-o
por fim: não há táxis.


E quem é que já viu um táxi?


Os arqueólogos desenterraram
gente que morreu à procura de táxis,
mas não táxis.


Dizem
que Elias, uma vez, apanhou um táxi,
mas não voltou para o contar.


Prometeu quis assaltar um táxi.
Continua no sanatório.


Os analistas curam
a obsessão pelo táxi,
não a ausência de táxis.


Os revolucionários
fazem colectivos de luxo,
mas as pessoas querem táxis.


Eu punha-me de joelhos
se aparecesse um táxi.
Mas a ciência demonstrou
que os táxis não existem.


(Trad. A.M.)

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