A
MIO PADRE, IN SOGNO
Sorridi un poco e te ne vai pensoso.
E ad un tratto con lacrime mi chiedo
quanto tempo è che al petto non ti stringo
non afferro da amico quelle braccia.
La memoria ha insensibili naufragi.
Scolora come il cielo di settembre
sotto il vento si popola di nubi.
Te ne vai. Quante cose all’improvviso
mi ritrovo da dirti… E resto muto.
Ma perché nell’istante che mi volto
non sei più là? Ci sono tante cose
da dirsi… Ed io ti chiamo ancora, e credo
che non può certo, questo, essere un sogno.
Alessandro Parronchi
Sorris um pouco e afastas-te pensativo.
E de repente eu pergunto-me em lágrimas
há quanto tempo não te abraço contra o peito,
não agarro esses braços com afecto.
A memória tem naufrágios imperceptíveis,
perde cor tal como o céu de Setembro
se povoa de nuvens com o vento.
Vais-te. Quantas coisas me ocorrem
para te dizer, subitamente… E fico calado.
Mas porque é que no instante em que me volto
já tu desapareceste? Há tanta coisa
para dizer… E eu chamo-te ainda, crendo
que não pode certamente, isto, ser só um sonho.
(Trad. A.M.)