TERNURA
Dame la mano, vuelve a la cama
haz de estas sábanas polvo estelar
y con savia y saliva mójalo todo.
Márcame la piel con tu aliento
no abandones, no seas invisible
y devórame hasta el ocaso.
Maldita sea, dame la mano
o nos crecerán muñones
donde debiera anidar ternura.
Javier Lasheras
Dá-me a tua mão, volta para a cama,
faz dos lençóis pó de estrelas,
inunda tudo de seiva e saliva.
Marca-me a pele com teu hálito,
não fujas, nem te faças invisível,
devora-me até ao ocaso.
Maldita, dá-me a tua mão
ou hão-de nascer-nos cotos
onde devia aninhar-se a ternura.
(Trad. A.M.)