31.3.20

Alberto Vega (Centro)





CENTRO



Hay un sabor a nada en cada trago,
en cada gesto avanza una prisa sin olas,
sin sentido los pájaros
sobrevuelan la luz roja de un semáforo,
fruta imposible y vana. Crece un canto
de peces de latón y hojas enfermas
en oídos abstractos,
un rumor a hombre solo por debajo del ruido.

Yo camino despacio

(Es decir, estoy vivo).


Alberto Vega




Há um sabor a nada em cada trago,
em cada gesto uma pressa sem ondas,
sem sentido os pássaros
sobrevoam a luz vermelha de um semáforo,
fruta vã, impossível. Um canto cresce
de peixes de latão e folhas enfermas
em ouvidos abstractos,
um rumor de homem só por baixo do ruído.

E eu caminho devagar

(Quer dizer, estou vivo).

(Trad. A.M.)

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