16.11.15

Manuel de Freitas (Sombras)





SOMBRAS



Iluminar o mundo - com palavras,
velas, algum vinho.
Dito assim, quase parece simples.

Mas chovia muito e resguardou-se
cada um na sua tão pequena chama
ou numa cómoda e fria indiferença.

Talvez fosse de esperar. As velas,
porém, continuaram a arder.
Enquanto cinco rostos se reflectiam na parede
e a poesia era, de novo, a única luz.


Manuel de Freitas

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