12.11.16

João Guimarães Rosa (Assembleia)





Que visse o senhor os homens: o prospeito.
Aqueles muitos homens, completamente, os de cá e os de lá, cercando o oco em raia da roda, com as coronhas no chão, e as tantas caras, como sacudiam as cabeças, com os chapéus rebuçantes. (...)
Agora, advai que aquietavam, no estatuto.
Nanja, o senhor, nessa sossegação, que se fie!
O que fosse, eles podiam referver em imediatidade, o banguelê, num zunir: que vespassem. Estavam escutando sem entender, estavam ouvindo missa.
Um, por si, de nada não sabia; mas a montoeira deles, exata, soubesse tudo.
Estudei foi os chefes. (...)
Atual Zé Bebelo foi começando a conversar comprido, na taramelagem como de seu gosto – aí o Ricardão armou um bocejo; e Titão Passos se desacocorou, com a mão num ombro, que devia de ter algum machucado.
O Hermógenes fez beiço.
João Goanhá, aquele ar sonsado, quase de tolo, no grosso do semblante.
O Hermógenes botava pontas de olhar, some escuro, nuns visos.
Sô Candelário, ficado em pé, sacudia o moroso das pernas.



JOÃO GUIMARÃES ROSA
Grande Sertão: Veredas
(1956)

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