NA
GUATEMALA
a fome
reduz-nos à obediência
chega o
exército
e queima
as colheitas
depois de
queimar vivas as crianças
e os
velhos
e as mulheres
violadas
depois de
fuzilar os homens um a um
não fica
nada
os que
por acaso sobrevivem
não têm
mais a que agarrar-se
entregam-se
esperando
de olhos
baixos
os lábios
cerrados
esperam
há gerações
esperam
há séculos
sabem
esperar
Isabel Fraire
(Trad.
A.M.)