26.1.25

Alessandro Parronchi (Em que pensas?)



A CHE PENSI?


— A che pensi? — La tua voce mi coglie
mentre guardo il paesaggio rispecchiato
sul buio della stanza. Per un poco
l’eco delle parole si sospende
al silenzio che le fa più gravi, poi:
— A che pensi? — E il tuo viso si fa triste
per sapere, indagare…
Penso ai giorni
d’aprile che non io ma un altro certo
ha vissuto come in sogno, ora richiusi
sigillati dietro un vetro trasparente
in un verde irraggiungibile deserto.
Penso a tutto ciò che sfugge dal presente.
Penso a quando sulla terra sarà come
noi non fossimo mai stati, a quel vibrare
delle tremule nell’aria, a quegli odori…

Alessandro Parronchi

 

- Em que pensas? – A tua voz apanha-me
a observar a paisagem reflectida
no escuro da sala. Por um pouco
o eco das palavras fica em suspenso
no silêncio que lhes dá mais peso, depois:
- Em que pensas? – E o teu rosto entristece,
a querer saber, a indagar…
Penso nos dias de Abril,
que não eu mas um outro por certo
viveu como que em sonhos, agora fechados
e lacrados por trás de um vidro transparente
num verde deserto inatingível.
Penso em tudo o que escapa ao presente,
penso em quando será neste mundo
como se nós não tivéssemos existido,
no vibrar da tremulina do ar, naqueles cheiros…


(Trad. A.M.)


>>   Italian poetry (5p) /  Wikipedia

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