3.1.25

Rodolfo Serrano (No oeste há apaches)




AL OESTE HAY APACHES

 

Marcamos territorio. 
Hasta aquí, tu frontera.
Tus amigos. Mis bares. 
Antes de que se ponga el sol 
dejarás este pueblo.
Tengo el arma cargada.
Dispararé a matar
cuando te encuentre.
La ciudad es ahora
territorio enemigo.
Llenaré las farolas,
cada árbol del parque
con carteles de búsqueda.
Recompensa: mil días
por tu cuerpo.
Desnudo, a ser posible.


Rodolfo Serrano

 

Marcamos território,
até aqui a tua fronteira,
os teus amigos, os meus bares.
Antes de o sol se pôr,
deixarás esta terra.
Tenho a arma carregada,
 atiro a matar, 
caso te encontre.
A cidade é agora
território inimigo.
Vou encher os candeeiros,
cada árvore do parque,
com cartazes de busca.
Recompensa: mil dias
pelo teu corpo.
Desnudo, podendo ser.

(Trad. A.M.)

 

>>  Rodolfo Serrano (blogue/ 2007-17/ muitos p) / Poemas del alma (5p) /Bitacora de vuelos (entrevista) /Culturamas (rec. Manuel Rico)

 .

1.1.25

Rui Caeiro (Sabem que mais)




SABEM QUE MAIS?



Sou um homem dado ao álcool e a eternas dúvidas
e que na rua ou lá onde seja a todo o momento pode tropeçar
ou morrer: voar é que é muito mais improvável

Sou um homem de áridas certezas e uma esperança
a essa arrasto-a pela mão pelos cabelos pelas orelhas
paro escuto e olho antes de atravessar

com ela. E não lhe sei o nome. E não me preocupo.


Rui Caeiro

[Nesga de terra]

 .