11.11.24

Salvatore Quasimodo (Minha pátria é Itália)




IL MIO PAESE È' L' ITALIA 

 

Piu’ i giorni s’allontanano dispersie 
piu’ ritornano nel cuore dei poeti.
La’ i campi di Polonia, la piana di Kutno
con le colline di cadaveri che bruciano
in nuvole di nafta, la’ i reticolati
per la quarantena d’Israele,
il sangue tra i rifiuti, l’esantema torrido,
le catene di poveri gia’ morti da gran tempo
e fulminati sulle fosse aperte dalle loro mani,
la’ Buchenwald, la mite selva di faggi,
i suoi forni maledetti; la’ Stalingrado,
e Minsk sugli acquitrini e la neve putrefatta.
I poeti non dimenticano. Oh la folla dei vili,
dei vinti, dei perdonati dalla misericordia!
Tutto si travolge, ma i morti non si vendono.
Il mio paese e’ l’Italia, o nemico piu’ straniero,
e io canto il suo popolo e anche il pianto
coperto dal rumore del suo mare,
il limpido lutto delle madri, canto la sua vita.
 

Salvatore Quasimodo 

[Otra iglesia] 

 

Mais se afastam os dias dispersos,
mais voltam ao coração dos poetas.
Lá longe os campos da Polónia, o plaino de Kutno
com seus montes de cadáveres ardendo
em nuvens de nafta, lá os arames
para a quarentena de Israel,
o sangue enrre o lixo, o exantema insofrido,
os grilhões de pobres mortos há muito
e fuzilados nas fossas abertas por suas mãos,
lá Buchenwald, o ameno bosque de faias, 
os malditos fornos; lá Estalinegrado,
e Minsk dos pântanos e da neve putrefacta.
Os poetas não esquecem. Oh, a multidão dos maus,
dos vendidos, dos perdoados por piedade!
Tudo se atropela, mas os mortos não se vendem.
Minha pátria é a Itália, ó estrangeiro inimigo,
e eu canto seu povo e também o pranto
coberto pelo barulho do mar,
o límpido luto das mães, canto-lhe a vida.
 

(Trad. A.M.)

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