MUJERES Y ESCALERAS
¡Ay! Mis mujeres.
Nunca fui un sibarita.
Mi madre fue una mujer de campo
que se arrodilló ante dios y la higiene
de unas escaleras que no llevaban al cielo.
Mis mujeres.
Nunca fueron sibaritas.
La que me besa ahora sabe que huelo a vecino de rellano,
a ciudadano perplejo.
A ese sujeto con miedos cotidianos
que llamamos hombre medio.
Las mujeres sibaritas besan el éxito
y de ahí no provengo.
Estoy empadronado en la cola del empadronamiento.
Buscadme por la "Z" en el abecedario de méritos.
Subo por escaleras que mi madre fregó
y que no llevan al cielo.
Mariano Crespo
Ah, as minhas mulheres!
Eu nunca fui um sibarita.
Minha mãe foi uma mulher do campo,
ajoelhada perante Deus, assim como a esfregar
umas escadas que não levavam ao céu.
As minhas mulheres!
Nunca foram sibaritas,
a que agora me beija sabe que eu cheiro a cidadão perplexo,
morador de vão de escada.
Àquele sujeito com medos diários
que chamamos de homem médio.
As mulheres sibaritas beijam o sucesso
e eu não é daí que venho.
Eu estou classificado na fila de classificação,
procurai-me pelo ‘z’ na relação de mérito.
Subo por escadas que minha mãe esfregou
e que não levam ao céu.
(Trad. A.M.)
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