19.7.19

Miguel d'Ors (Onde o poeta se despede)





DONDE EL POETA SE DESPIDE
DEFINITIVAMENTE DEL COTARRO



Adiós, adiós revistas, premios, antologías,
fulgores de El País y el Segundo Canal,
adiós generación del 70, divino
tesoro, te he perdido para nunca jamás.

Para ser comunista me falta la langosta
(que no es poco faltar)
y, como don Antonio, tampoco soy un ave
de ésas (menudos pájaros) del nuevo gay trinar,
y no versificando ni a la izquierda
ni debajo de nadie, ustedes me dirán.

Adiós entonces, fama, adiós obras completas,
adiós escalinatas hacia Carlos Barral,
adiós muchachos, nunca compañeros
de mi vida (a Dios gracias –y gracias además
a los sabios consejos sobre las compañías
que me dio mi papá–).

Pero todos felices: la Poesía
y yo tendremos más intimidad,
y vosotros qué gozo: en la carpeta
de Félix Grande un poco menos de original
y un poco más de alfalfa en los amenos prados
del Parnaso local.


Miguel d’Ors




Adeus, adeus revistas, prémios, antologias,
fulgores de El País e do Segundo Canal,
adeus geração de 70, divino tesouro,
que te perdi para nunca mais.

Para ser comunista falta-me a lagosta
(o que não é pouco faltar)
e, como don Antonio, também não sou ave
dessas (miúdos pássaros) do novo gay trinar,
e não versificando nem à esquerda
nem debaixo de ninguém, vocês me dirão.

Adeus então, fama, adeus obras completas,
adeus escadas para Carlos Barral,
adeus muchachos, jamais companheiros
de mi vida (a Deus graças – e graças também
aos sábios conselhos de companhias
que me deu meu paizinho).

Mas todos felizes, teremos
mais intimidade eu e a Poesia,
e que consolo para vós: na pasta
de Félix Grande um pouco menos de original
e um pouco mais de alfafa nos prados amenos
do Parnaso local.


(Trad. A.M.)

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