CLAUDICAR Y MURIENDO
A rastras se te acerca
y te lame las piernas,
perro fiel, con sus ojos de
agua,
y te tiende las manos,
y te pide socorro.
Y tú le miras
como un sol que se cae
sin poder detenerse,
y le tiñes de rojo,
y el pecho le traspasas
con tus hojas de cobre.
A rastras se te acerca,
asomado a una lágrima,
y una luz criminal
le muerde en el silencio.
Malherido,
dando vueltas,
aullando se estremece.
Tú, miserable, le acaricias,
mientras tu corazón está muy
lejos.
Ángeles Mora
Chega-se de
rastos
a lamber-te
as pernas,
cachorro
fiel, com seus olhos de água,
a
estender-te as mãos,
a pedir-te
socorro.
E tu olhas
para ele
como para um
sol a cair
sem poder
segurar-se,
tinge-lo de
vermelho
e cravas-lhe
o peito
com tuas
folhas de cobre.
Chega-se de
rastos,
lágrima no
olho,
uma luz
culpada
a mordê-lo em silêncio.
Malferido,
às voltas e
voltas,
uivando a
tremer.
Tu, mísero,
fazes-lhe festas,
com o coração lá muito longe.
com o coração lá muito longe.
(Trad. A.M.)