NÃO É O MEU ESTE TEMPO
Estas ruas que corro todos os dias
não são já faz tempo
as minhas ruas. 
Passo as pontes, entro nas livrarias,
sento-me nos bancos das praças,
miro a chuva hipnotizado no bar,
faço enfim o que sempre fiz,
mas não são as minhas ruas. 
Faz tempo resolvi pôr-me à margem
de um corrupio de gente e de ideias
que não me dizem nada,
em que não me reconheço. 
Com tal companhia, melhor sozinho.
 
Karmelo C. Iribarren
(Trad. A.M.)

 
 

 
 
 
 
 
 
