A florista passa à frente do café. Leva uma menina
pela mão. Vai muito depressa. Ao fundo da rua
um carro aguarda no meio da neve.
O homem mal baixa o vidro.
Posso ver-lhe, no entanto, o casaco de couro,
o chapéu texano e o sorriso. São
rosas ou crisântemos? Várias pétalas caem
sobre a poeira do chão. Envolto num jornal
o ramo está agora nos braços da menina.
O capucho do seu anoraque como uma imagem rasgada.
As flores são de plástico no café.
Olho para esta imitação de jardim,
o contorno apagado das túlipas, assépticas,
lembrando o fastio das empregadas
a servir as bebidas. Tomo o meu brunch.
É domingo. No canto ao lado
dois jovens beijam-se e falam das montanhas do Perú.
(Trad. A.M.)
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