16.3.25

Camilo Castelo Branco (Aos pés da catedral)




(Aos pés da catedral)

Ao repontar a aurora do belo dia de Julho, o Douro que banha o Porto, desde o cais da Corticeira até o de Massarelos, retratava em suas águas serenas e cristalinas as bandeiras e listrões de vistosas cores, que os últimos bafejos da viração matutina ondulavam brandamente, sobre os mastros dos barquinhos, e na orla dos pavilhões que os defendiam do calor.
Ao lampejar tremente do sol nas cristas da serra doirada, lá naqueles tão poéticos longes das montanhas, começavam as famílias a desembocar das estreitas ruas de Miragaia, das arcarias escuras de Cima do Muro, da majestosa rua de S. João, e de quantos becos descem do antigo burgo, que lá se está esboroando aos pés da catedral. (IV)


CAMILO CASTELO BRANCO
Aventuras de Bazílio Fernandes Enxertado
(1863)

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