8.4.24

Federico Gallego Rípoll (Final)




FINAL

 

La vida es un regalo que agradezco
hoy. Toda la vida es hoy. Tus ojos
y mis ojos. El punto en que se dieron
es hoy. Y hasta dónde se lleguen y de donde
regresen, es hoy. 

Toda la vida es hoy, y me parece
suficiente el haber vivido tanto
si en este hoy de hoy cabe tu lúcida
mirada sobre mí, y es el futuro
un hoy perpetuamente tuyo.

 Dame ahora
la dicha de morir, hoy que no tengo
ni pasado, ni miedo.

Federico Gallego Ripoll

 


A vida é um presente que eu agradeço
hoje. Toda a vida é hoje. Teus olhos
e meus olhos. O ponto em que se deram
é hoje. E até onde chegarem e de onde
voltarem, é hoje.

Toda a vida é hoje, e parece-me
bastante o ter vivido tanto
se neste hoje de hoje cabe o teu lúcido
olhar sobre mim, e o futuro é
um hoje perpetuamente teu.

Dá-me agora já
a dita de morrer, hoje, que não tenho
nem medo, nem passado.

(Trad. A.M.)


> Outra versão: Do trapézio (L. Parrado)

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