PRIMAVERA AUDAZ CHEIA DE DEVIR
falemos primeiro dos campos
seu repouso limpo
da glicínia na borda do caminho
falaremos depois das aves
que desadormecem a cantar
a primavera audaz cheia de devir
agora as palavras de tracção animal
no repouso dos campos
arado a aiveca o jugo
um açafate a cabaça de vinho
e já o dia se despede
perscruta o perdigueiro tenros melros
no fogo alado à beira da noite
Francisco Duarte Mangas
[Gazeta]
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