3.4.20

Francisco Duarte Mangas (Primavera audaz cheia de devir)




PRIMAVERA AUDAZ CHEIA DE DEVIR



falemos primeiro dos campos
seu repouso limpo

da glicínia na borda do caminho
falaremos depois das aves
que desadormecem a cantar
a primavera audaz cheia de devir
agora as palavras de tracção animal
no repouso dos campos
arado a aiveca o jugo
um açafate a cabaça de vinho

e já o dia se despede
perscruta o perdigueiro tenros melros
no fogo alado à beira da noite


Francisco Duarte Mangas

[Gazeta]



>>  Correio do Porto (30p) / Diário de Link (blogue/2007-16) / Escrito a lápis (JB-recensão) / Correio do Porto (entrevista)

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