(Ill)
Todo poeta sabe que se encuentra al final
de una tradición
y no al comienzo
por Io cual cada palabra que usa
revierte,
como las aguas de un océano inacabable,
a mares anteriores
-llenos
de islas y de pelicanos,
de
plantas acuáticas y corales-
del mismo modo que un filamento delicado
tejido por una araña
reconstruye partes de una cosmogonía antigua
y lanza hilos de seda hacia sistemas futuros,
llenos de peces dorados y de arenas grises.
Cristina Peri Rossi
Todo poeta sabe que se encontra no fim
e não no início
de uma tradição,
pelo que cada palavra que usa
remonta,
como as águas de um oceano interminável.
a mares anteriores
- cheios de ilhas e de
pelicanos,
de corais e plantas
aquáticas -
assim como um filamento delicado
tecido pela aranha
reconstrói peças de uma cosmogonia antiga,
e lança fios de seda para sistemas futuros,
cheios de peixes dourados, de cinzentas areias.
(Trad. A.M.)
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