Estás entre las cosas que me
acechan;
en el mar de esta tarde no
esperada
que hoy es una tristeza y un
fracaso;
en la luz del otoño y su
arboleda
de rumores y sombras; paseando
por Roma, perdida entre la
música
antigua de las fuentes; en el
cuerpo
de una mujer que se peinaba
cerca
de la arena y del mar; en cierto
rito
de un día ya lejano; en el
insomnio,
que es donde yo me escucho; en
esas cosas
—una mirada, un hábito, un
acento—
sin ninguna importancia, que nos
pasan
y que no se resignan al olvido.
Víctor Botas
Tu estás nas
coisas que me cercam;
no mar desta
tarde inesperada
que é uma tristeza e um fracasso;
que é uma tristeza e um fracasso;
na luz de
Outono e seu arvoredo
de rumores e de sombras; passeando
de rumores e de sombras; passeando
por Roma,
perdida no meio
da música
antiga das fontes; no corpo
de uma mulher a pentear-se perto
de uma mulher a pentear-se perto
da areia e
do mar; em certo rito
de um dia já
distante; na insónia,
que é onde
eu me escuto; nessas coisas
– um olhar, um hábito, um toque –
– um olhar, um hábito, um toque –
sem
importância nenhuma, que nos acontecem
e que não se
resignam ao esquecimento.
(Trad. A.M.)
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