13.5.08

António Ramos Rosa (Para um amigo)








PARA UM AMIGO TENHO SEMPRE UM RELÓGIO




Para um amigo tenho sempre um relógio
esquecido em qualquer fundo de algibeira.
Mas esse relógio não marca o tempo inútil.
São restos de tabaco e de ternura rápida.
É um arco-íris de sombra, quente e trémulo.
É um copo de vinho com o meu sangue e o sol.




ANTÓNIO RAMOS ROSA
Viagem Através duma Nebulosa (1960)





Fontes: As Tormentas (24p) / nEscritas (Página Web / bio+32p+linques) / Lidia Aparício (17p) / Porto de Abrigo (13p) / Poesias e Prosas (14p) / Um buraco na sombra (16p) / Lugar das Palavras (18p) / TriploV (33p+3ensaios)
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