6.5.20

Ángel Guinda (Sem os cinco sentidos)





SIN LOS CINCO SENTIDOS



¿Qué persigue el ciclón exasperadamente?
¡Ya no sé dónde estás de tanto ser distancia!
De puerto en puerto voy como un barco en la noche
dando tumbos, buscando tu resplandor de faro.
¿Dónde estarás ahora que estás dentro de mí?
Las olas son montañas de llanto por tu ausencia.
¡Me estoy quedando ciego de no mirar tus ojos!
¡De no tocar tu cuerpo estoy perdiendo el tacto!
Tu piel es el temblor de todas las banderas.
¿A qué sabe el delirio cuando se para el mundo?
¿A qué huelen las cruces que nos clava la muerte?
¡Me estoy quedando sordo de no escuchar tu voz!

Ángel Guinda

[Revista Turia]




O que é que o ciclone persegue exasperado?
Eu nem sei já onde estás de tanto ser distância!
De porto em porto vou como um barco na noite
aos tombos, buscando teu clarão de farol.
Onde estarás tu agora que estás dentro de mim?
São montanhas de pranto, as ondas, por tua ausência.
E eu estou a ficar cego de não olhar para teus olhos!
E de não tocar teu corpo estou a perder o tacto!
O tremular das bandeiras é a tua pele.
A que sabe o delírio quando o mundo pára?
E a que cheiram as cruzes com que a morte nos crava?
Surdo, estou a ficar surdo de não escutar tua voz!

(Trad. A.M.)

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