30.4.20

Ana Pérez Cañamares (O mau da trincheira)





LO MALO DE LA TRINCHERA



Lo malo de la trinchera
no es su húmeda estrechez.
El barro y la sangre abrigan
somos muchos aquí
y las fotos que nos mandaron desde casa
nunca se desgastan.

Siempre hay tiempo para una partida de cartas.
Para el momento íntimo y juguetón
de despiojarnos.
Alguien que baila al ritmo
de los tableteos lejanos
de las ametralladoras
o un buen imitador de generales
que nos hace reír.

Lo malo de la trinchera
es que no sabemos cuándo
tendremos que abandonarla.


Ana Pérez Cañamares

[Zumo de Poesia]




O mau da trincheira
não é ser húmida e apertada.
A lama e o sangue agasalham
somos muitos aqui
e as fotos que nos mandam de casa
não se gastam nunca.

Há sempre tempo para um jogo de cartas.
E para o momento íntimo e divertido
de catar os piolhos.
Há sempre alguém bailando ao ritmo
do matraquear distante
das metralhadoras
ou um belo imitador de generais
para nos fazer rir.

O mau da trincheira
é não sabermos quando
temos de a deixar.


(Trad. A.M.)

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