CANTO
DE LA FÓRMULA ESTÉTICA
1
Al poema, como al candado, es
menester echarle llave; al poema, como a la flor, o a la mujer, o a la ciudad,
que es la entrada del hombre; al poema, como al sexo, o al cielo.
2
Que nunca el canto se parezca a
nada, ni a un hombre, ni a un alma, ni a un canto.
3
No es posible hacer el himno
vivo con colores muertos, con verdades muertas, con deberes muertos, con amargo
llanto humano; acciones de hombres, no, transmutaciones; que el poema devenga
ser, acción, voluntad, organismo, virtudes y vicios, que constituya, que
determine, que establezca su atmósfera, su atmósfera y la gran costumbre del
gesto, juicio del acto; dejad, al animal nuevo la ley nueva que él cree, que él
es, que él invente; asesinemos la amargura y aun la alegría, y ojalá el poema
se ría solo, sin recuerdos, ojalá sin instintos.
4
¿Qué canta el canto? Nada. El
canto canta, el canto canta, no como el pájaro, sino como el canto del pájaro.
(...)
(...)
Pablo de Rokha
[Sinfónica caótica/integral]
1
Ao poema, como ao cadeado, é preciso pôr-lhe chave; ao poema, assim como à flor, ou à mulher, ou à cidade, que é a entrada do homem; ao poema, como ao sexo, como ao céu.
Ao poema, como ao cadeado, é preciso pôr-lhe chave; ao poema, assim como à flor, ou à mulher, ou à cidade, que é a entrada do homem; ao poema, como ao sexo, como ao céu.
2
Que nunca o
canto se pareça com nada, nem um homem, uma alma, um canto sequer.
3
Não se pode
compor o hino novo com cores mortas, com verdades mortas, com deveres mortos,
com amargo humano pranto; actos de homens, não, transmutações; que o poema se
faça ser, acção, vontade, organismo, virtude e vício, que constitua, que
determine, que estabeleça sua atmosfera, sua atmosfera e o grande costume do
gesto, juízo do acto; deixai, ao animal novo, a lei nova que ele criar, que ele
for, que ele inventar; assassinemos a amargura, mas também a alegria, e oxalá o
poema se ria só, sem recordações, queira Deus sem instintos.
4
O que canta
o canto? Nada. O canto canta, o canto canta, não como o pássaro, mas sim como o
canto do pássaro.
(...)
(Trad. A.M.)
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