28.10.18

Juan Manuel Villalba (O silêncio)






O SILÊNCIO 



Vão caindo as folhas do silêncio,
que fica despido feito árvore,
inteiro, definido. Entra em casa
e toma as esquinas, os recantos
batidos pelo sol, trama de poeira
suspensa no ar. Para além da fundura
da tarde, o silêncio uiva de longe
como um lobo impossível na freguesia.
Inundou todo o espaço da casa,
sabendo agora que eu sou o inimigo.
E vence-me, sem ignorar a minha
humilhante rendição.

Juan Manuel Villalba

(Trad. A.M.)

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