O POÇO
Afundas-te às vezes, cais
no teu fosso de silêncio,
em teu abismo de cólera orgulhosa
e só a custo consegues
regressar, mas ainda com vestígios
do que achaste
nas profundezas da tua existência.
Meu amor, o que encontras
no teu poço fechado?
Algas, lama, rochas?
Que vês de olhos cegos,
rancorosa e ferida?
Vida minha, no poço
onde cais não acharás
o que no alto guardo para ti:
um ramo de jasmins orvalhados,
um beijo mais fundo que o teu abismo.
(…)
Pablo Neruda
(Trad. Albano Martins)
Afundas-te às vezes, cais
no teu fosso de silêncio,
em teu abismo de cólera orgulhosa
e só a custo consegues
regressar, mas ainda com vestígios
do que achaste
nas profundezas da tua existência.
Meu amor, o que encontras
no teu poço fechado?
Algas, lama, rochas?
Que vês de olhos cegos,
rancorosa e ferida?
Vida minha, no poço
onde cais não acharás
o que no alto guardo para ti:
um ramo de jasmins orvalhados,
um beijo mais fundo que o teu abismo.
(…)
Pablo Neruda
(Trad. Albano Martins)
Fontes: U. Chile (tudo+algo) / Fund. Neruda (tudo+algox2) / Los poetas (bio+16p) / EPDLP (bio+6p) / Portal de Poesia (linques) / Sololiteratura (+linques) / A media voz (54p) / Poesi.as (181p)
Antes, aqui: Para que me ouças / Poema 20 / Assustar um notário
Antes, aqui: Para que me ouças / Poema 20 / Assustar um notário
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