9.7.08

Raul Brandão (O resto não vale nada)





(O resto não vale nada…)



Sem mo dizeres, compreendi que a nossa vida é, principalmente, a vida dos outros…

Melhor, compreendi que a ternura era o melhor da vida.

O resto não vale nada.

Não é por a esmola da velha do Evangelho ser dada com sacrifício que é mais aceita no céu que o oiro do rico - é por ser dada com ternura.

O importante é a comunicação de alma para alma.

A mão que aperta a nossa mão, o olhar húmido que procura o nosso olhar, o sorriso que nos acolhe, desvendam-nos o mundo.



- RAUL BRANDÃO, Memórias, II, Dez. 1924.