30.3.06
Um verso (11)
Um verso de Mário de Andrade
(poeta de muitos Brasis – S.Paulo, 1917):
“Há uma gota de sangue em cada poema”.
.
29.3.06
Delmira Agustini (Mis amores)
MIS AMORES
Hoy han vuelto.
Por todos los senderos de la noche han venido
a llorar en mi lecho.
¡Fueron tantos, son tantos!
Yo no sé cuáles viven, yo no sé cuál ha muerto.
Me lloraré yo misma para llorarlos todos.
La noche bebe el llanto como un pañuelo negro.
Hay cabezas doradas a sol, como maduras...
Hay cabezas tocadas de sombra y de misterio,
cabezas coronadas de una espina invisible,
cabezas que son rosa, la rosa del ensueño,
cabezas que se doblan en cojines de abismo,
cabezas que quisieran descansar en el cielo,
algunas que no alcanzan a oler a primavera,
y muchas que trascienden a las flores de invierno.
Todas esas cabezas me duelen como llagas...
me duelen como muertos...
¡Ah...! y los ojos...
los ojos me duelen más: ¡son dobles..!
Indefinidos, verdes, grises, azules, negros,
abrasan si fulguran,
son caricias, dolor, constelación, infierno.
Sobre toda su luz, sobre todas sus llamas,
se iluminó mi alma y se templó mi cuerpo.
Ellos me dieron sed de todas esas bocas...
de todas esas bocas que florecen mi lecho:
vasos rojos o pálidos de miel o de amargura
con lises de armonía o rosas de silencio,
de todos esos vasos donde bebí la vida,
de todas esos vasos donde la muerte bebo...
El jardín de sus bocas, venenoso, embriagante,
en donde respiraban "sus almas" y "sus cuerpos".
Humedecido en lágrimas
han rodeado mi lecho...
Y las manos, las manos colmadas de destinos,
secretas y alhajadas de anillos de misterio...
Hay manos que nacieron con guantes de caricia,
manos que están colmadas de la flor del deseo,
manos en que se siente un puñal nunca visto,
manos en que se ve un intangible cetro;
pálidas o morenas, voluptuosas o fuertes,
en todas, todas ellas, puede engarzar un sueño.
Con tristeza de almas se doblegan los cuerpos,
sin velos, santamente vestidos de deseo.
Imanes de mis brazos, panales de mi entraña
como invisible abismo se inclinan en mi lecho...
¡Ah, entre todas las manos, yo he buscado tus manos!
Tu boca entre las bocas, tu cuerpo entre los cuerpos,
de todas las cabezas yo quiero tu cabeza,
de todos esos ojos, ¡tus ojos sólo quiero!
Tú eres el más triste, por ser el más querido,
tú has llegado el primero por venir de más lejos...
¡Ah, la cabeza oscura que no he tocado nunca
y las pupilas claras que miré tanto tiempo!
Las ojeras que ahondamos la tarde y yo inconscientes,
la palidez extraña que doblé sin saberlo,
ven a mí: mente a mente;
ven a mí: cuerpo a cuerpo.
Tú me dirás que has hecho de mi primer suspiro...
Tú me dirás que has hecho del sueño de aquel beso...
Me dirás si lloraste cuando te dejé solo...
¡Y me dirás si has muerto...!
Si has muerto,
mi pena enlutará la alcoba lentamente,
y estrecharé tu sombra hasta apagar mi cuerpo.
Y en el silencio ahondado de tinieblas,
y en la tiniebla ahondada de silencio,
nos velará llorando, llorando hasta morirse
nuestro hijo: el recuerdo.
DELMIRA AGUSTINI
- Obras completas. Tomo I.
El rosario de Eros
(1924)
Biografía
Poeta uruguaya nacida en Montevideo en 1886, en el seno de una familia burguesa descendiente de alemanes, franceses y porteños.
Desde muy corta edad incursionó en el campo poético publicando su primer poemario, «El libro blanco» en 1907. Luego aparecieron «Cantos de la mañana» en 1910 y «Los cálices vacíos».
Mujer de gran sensibilidad y sensualismo, asombró a Montevideo y Buenos Aires con sus libros de versos.
Contrajo matrimonio en 1913.
Su matrimonio fracasó a los dos meses, y un año después, en 1914, murió asesinada por su marido quien se suicidó después.
Después de su muerte se publicaron dos composiciones más: «El rosario de Eros» y «La alborada».
Fonte (poema e biografia) / Mais poemas
Outros poemas
.
27.3.06
Jorge Luis Borges (Dezassete haicai)
DEZASSETE HAICAI
1
Algo me disseram
a tarde e a montanha.
Já me passou.
2
A vasta noite
não é agora mais
que uma fragrância.
3
É ou não é
o sonho que olvidei
antes da alba?
4
Calam-se as cordas.
A música sabia
o que eu sinto.
5
Hoje não me alegra
a amendoeira do passal.
Lembra-me de ti.
6
Obscuramente,
livros, lâminas, chaves
seguem o meu fado.
7
Desde então
não mais mexi as peças
no tabuleiro.
8
No deserto
acontece a aurora.
Alguém o sabe.
9
A espada ociosa
sonha com as batalhas.
Meu sonho é outro.
10
O homem morreu.
A barba não sabe.
Crescem as unhas.
11
Esta é a mão
que às vezes passava
no teu cabelo.
12
Sob o beiral
o espelho copia
apenas a lua.
13
Com a lua
a sombra estendida
é uma só.
14
É um império
essa luz que se apaga
ou uma candeia?
15
A lua nova,
também ela a olha
de outro porto.
16
Trinado ao longe.
Mal sabe o rouxinol
que te consola.
17
A velha mão
vai traçando versos
para o esquecimento.
Jorge Luis Borges
(Trad. A.M.)
Original: Catedral
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Corpo presente (11)
MAXIMÁRIO
1
No amor não conta o passado,
apenas o futuro.
2
Os bons amores, como os bons perfumes,
são aqueles que ficam.
3
Só acabam
os amores que não
começam.
4
Meio amor?
- É como não ter amor nenhum.
5
Ninguém está imóvel, aqui:
Ou se dão passos em frente
ou atrás.
6
A saudade é uma ilha
no mar imenso da ausência.
7
Paradoxo (algo cínico) dos amantes:
A saudade aumenta na razão inversa
do tempo
e da distância.
8
Tece-se o amor
com palavras e gestos,
não com silêncio
e ausência.
9
Se beberes do amor por um copo pequeno,
é provável que te falte tempo
ou te cresça amor.
.
22.3.06
Jacques Prévert (Bairro livre)
BAIRRO LIVRE
Meti o bivaque na gaiola
e saí com um pássaro na cabeça
Então não se faz a continência
perguntou o comandante
Não
não se faz a continência
respondeu o pássaro
Ah bom
desculpe julgava que se fazia a continência
disse o comandante
Ora essa
disse o pássaro
toda a gente se pode enganar
Jacques Prévert
(Trad. E.Andrade, adapt.)
.
20.3.06
Corpo presente (10)
ENCONTROS
Não me gastas, amor?
É o fruto que me tomas
ou também a substância?
#
Traz-se ainda um pouco do céu
quando se pousa na terra.
#
Não grites.
Ama só.
(Está bem. Grita.)
.
Adolfo Casais Monteiro (A tua morte em mim)
A TUA MORTE EM MIM
(excerto)
A tua morte é sempre nova em mim.
Não amadurece. Não tem fim.
Se ergo os olhos dum livro, de repente
tu morreste.
Acordo, e tu morreste.
Sempre, cada dia, cada instante,
a tua morte é nova em mim,
sempre impossível.
E assim, até à noite final
irás morrendo a cada instante
da vida que ficou fingindo vida.
Redescubro a tua morte como outros
redescobrem o amor,
porque em cada lugar, cada momento,
tu estás viva.
Viverei até à hora derradeira a tua morte.
Aos goles, lentos goles. Como se fosse
cada vez um veneno novo.
Não é tanto a saudade que dói, mas o remorso.
O remorso de todo o perdido em nossa vida,
coisas de antes e depois, coisas de nunca,
palavras mudas para sempre, um gesto
que sem remédio jamais teve destino,
o olhar que procura e nunca tem resposta.
O único presente verdadeiro é teres partido.
Adolfo Casais Monteiro
Bio-bibliografia
Mais poemas
.
16.3.06
Um verso (9)
Um verso de David
(vá lá, dois, Mourão F., já se vê):
“Quem foi que à tua pele conferiu esse papel
de mais que tua pele ser pele da minha pele?”
.
.
Vitorino Nemésio (Loa)
LOA
Meu Menino Jesus dos triguenhos no prato,
Não enxugues a tua lágrima de vidro,
Não apagues a tua estrela de prata suspensa no quarto ainda morno,
Não deixes envelhecer os velhos tios de retábulo
Ajoelhados em torno:
Deixa estar as palhinhas urinadas no estábulo,
Que a chuva cheira bem e o pão tufa no forno.
Dorme, Menino Jesus, aquele milho amarelo
Que o Joaquim Pacheco secou na escuridão do seu muro,
E manda um navio de nevoeiro
Ao poeta que embarcou no FunchalDeixando o lenço de sua mãe molhado no último adeus.
Anda, Menino Jesus, e não me queiras mal
Se eu te disser que assim é que te sinto Deus.
Manda o navio de nevoeiro
Pela primeira vaga que vires redonda e rebentada:
Tua mão outra vez a atira contra a noite,
Como se não tivesse batido nessa grande praia parada.
E deixa as minhas faltas à missa,
Esquece os pontos fracos da minha velha teologia,
E o orgulho, a razão, o materialismo passageiro…
Mandes tu pelo mar o navio de nevoeiro!
VITORINO NEMÉSIO
O Bicho Harmonioso
(1938)
.
12.3.06
Jaime Sabines (Diz Rubén)
DICE RUBÉN
Dice Rubén que quiere la eternidad, que pelea
por esa memoria de los hombres para un siglo,
o dos, o veinte. Y yo pienso que esa eternidad no es más
que una prolongación, menguada y pobre, de nuestra existencia.
Hay que estar frente a un muro.
Y hay que saber que entre nuestros puños que golpean
y el lugar del golpe, allí está la eternidad.
Creer en la supervivencia del alma,
o en la memoria de los hombres,
es lo mismo que creer en Dios,
es lo mismo que cargar su tabla mucho antes del naufragio.
Jaime Sabines
Diz Rubén que quer a eternidade, que luta
por essa memória dos homens de um século,
de dois, ou de vinte. E eu penso que essa eternidade não é mais
do que um prolongamento, curto e pobre, da nossa existência.
Viremo-nos para uma parede.
E saibamos que ali, entre o punho que golpeia
e o lugar do impacto, ali é que é a eternidade.
Crer na imortalidade da alma,
ou na memória dos homens,
é igual a crer em Deus, é o mesmo que
carregar a tábua muito antes do naufrágio.
(Trad. A.M.)
Biografía
Poeta y ensayista mexicano nacido en Tuxtla Gutiérrez en 1926.
Se radicó en Ciudad de México desde 1949 cuando inició sus estudios de Filosofía y Letras. Aunque escribió sus primeros poemas antes de los dieciocho años, fue allí en la universidad donde publicó «Horal» a la edad de veintitrés años.
Un recuento de sus poemas fue publicado por la UNAM en 1962.
En 1965 tras su visita a Cuba para servir como jurado del Premio Casa de las Américas, sufrió un gran desencanto con las tendencias izquierdistas, sentimiento que dejó plasmado en su libro «Yuria» publicado en 1967.
Su obra tiene un marcado acento informal que lo convierte en un poeta de todos los tiempos.
Su prosa vehemente y su verso sentido y sensual, nos hacen viajar por un mundo de realidades vividas.En 1985, recibió el Premio Nacional de Ciencias y Artes.
En 1986, con motivo de sus sesenta años, fue homenajeado por la UNAM y el INBA.
Ese mismo año el Gobierno del Estado de Tabasco le entregó el Premio Juchimán de Plata.
En 1991, el Consejo Consultivo le otorgó la Presea Ciudad de México y en 1994 el Senado de la República lo condecoró con la medalla Belisario Domínguez.
Por su libro «Pieces of Shadow» («Fragmentos de sombra»), antología de su poesía traducida al inglés y editada en edición bilingüe, obtuvo el Premio Mazatlán de Literatura 1996.
Tras una larga enfermedad falleció en Ciudad de México en 1999.
Fonte (poema) / Mais poemas
Fonte (biografia) / Mais poemas
Aqui, antes
.
10.3.06
Fernando Assis Pacheco (Respiração assistida)
RESPIRAÇÃO ASSISTIDA
Eu vi a morte
de noite - névoa branca -
entre os frascos do soro
rondar a minha cama
era um trasgo
e como tal metera-se
pelas frinchas; noutra versão
coando-se através
dos nós da madeira
ou noutra ainda
imitando à perfeição
o gorgolejar da água
nos ralos: eu tremia
covardemente enquanto
ela raspava a parede
com unhas muito lentas
eu vi? ouvi a morte?
com toda a probabilidade
e por instantes era ela - luz negra -
tentando cegar-me
Pardilhó, 7/9-VII1-94
Lisboa, 27-XI-95
FERNANDO ASSIS PACHECO
Respiração Assistida
.
9.3.06
Gil Vicente (A caça de amor é de altanaria)
Halcón que se atreve
con garza guerrera,
peligros espera.
Halcón que se vuela
con garza a porfía
cazarla quería
y no la recela.
Mas quien no se vela
de garza guerrera,
peligros espera.
La caza de amor
es de altanería:
trabajos de día,
de noche dolor.
Halcón cazador
con garza tan fiera,
peligros espera.
Gil Vicente
.
7.3.06
6.3.06
Coitado do Jorge (10)
COMEÇAR DE NOVO
Simpática (muito...), a Ju, diz-me que quer começar tudo de novo.
A partir do zero...
Mas irrealista (um pouco...).
Ao cabo de dez anos de convivência...
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Gonçalo Cadilhe (Da casa vejo colinas verdes)
Da casa vejo colinas verdes que são talvez irlandesas.
Passam nuvens carregadas e escuras que só uma latitude escandinava podia provocar.
Depois, volta o bom tempo e a atmosfera enche-se de uma luminosidade cristalina que me recorda o golfo de Portofino na Primavera que lá vivi.
O sol levanta-se no mar, desce para trás de uma montanha.
As nêsperas já amadurecem em fins de Janeiro, as tardes em Fevereiro permitem uma “t-shirt” e pouco mais.
A temperatura do mar convida a um mergulho espartano, flutuo no Atlântico translúcido como um galeão à deriva numa enseada equatorial.
Estou no meu país mas sinto-me deslocado e acolhido por um hemisfério de coordenadas mediterrânicas.
Compro produtos típicos desta terra, vegetais, ervas, frutas e legumes, que no continente nem existem.
As beringelas, o manjericão, os tomates, o tomilho, possuem a intensidade de sabores e aromas que só o sol do sul de Itália costuma permitir.
Também as mulheres transportam o mesmo tipo de beleza luminosa e entrecruzada que só tinha encontrado, até hoje, nesse sul de Itália colonizado por piratas nórdicos.
Ando leve e atordoado como um melro.
Troco as refeições, esqueço-me de comer, esqueço-me do café, esqueço-me do sono.
O trabalho engole as horas, a escrita salta fora com naturalidade.
Passo um pedaço de Inverno na Madeira e parece-me mais fácil ser feliz aqui.
Talvez o seja, para quem esteja só de passagem.
Talvez viver toda uma vida fechado entre mar aberto e montanha madrasta exija um preço a pagar.
A insularidade é uma travessa de cerejas, há que saber escolher as maduras.
GONÇALO CADILHE, O Inverno na Madeira
- Expresso/Única, 4-Março-2006
Nota:
A isto chama-se: escrever bem.
Tão bem que são aqui inegáveis a lembrança, o eco, a música, o ritmo, o bom gosto de... Raul Brandão (As Ilhas Encantadas? Os Pescadores?).
De quem se dizia, há pouco, não por acaso, que Vergílio Ferreira dizia que foi quem melhor escreveu português no séc. XX.
O que não é dizer pouco, a lembrar que nesse século escreveram Aquilino e Cardoso Pires, por exemplo, entre outros mais.
.
4.3.06
Adélia Prado (Com licença poética)
COM LICENÇA POÉTICA
Quando nasci um anjo esbelto,
desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem,
sem precisar mentir.
Não sou feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim, ora não, creio em parto sem dor.
Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina.
Inauguro linhagens, fundo reinos
- dor não é amargura.
Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou.
Adélia Prado
>> Mais poemas / Ensaio e crítica /Entrevista / Antes, aqui
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Mário Cesariny (Liberdade)
LIBERDADE
A liberdade conhece-se pelo seu fulgor.
Quatro homens livres não são mais liberdade do que um só.
Mas são mais revérbero no mesmo fulgor.
Trocar a liberdade em liberdades é a moeda corrente do libertino
Ser-se livre é possuir-se a capacidade de lutar contra o que nos oprime.
Quanto mais perseguido mais perigoso.
Quanto mais livre mais capaz.
Do cadáver dum homem que morre livre pode sair acentuado mau cheiro
– nunca sairá um escravo.
Autoridade e liberdade são uma e a mesma coisa.
Mário Cesariny
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Fernando Assis Pacheco (As putas da Avenida)
AS PUTAS DA AVENIDA
Eu vi gelar as putas da Avenida
ao griso de Janeiro e tive pena
do que elas chamam em jargão a vida
com um requebro triste de açucena
vi-as às duas e às três falando
como se fala antes de entrar em cena
o gesto já compondo à voz de mando
do director fatal que lhes ordena
essa pose de flor recém-cortada
que para as mais batidas não é nada
senão fingirem lírios da Lorena
mas a todas o griso ia aturdindo
e eu que do trabalho vinha vindo
calçando as luvas senti tanta pena
Fernando Assis Pacheco
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Um verso (7)
Um verso de Cecília Meireles
(do outro lado do mar):
“Aprendi com a primavera a deixar-me cortar e a voltar sempre inteira”.
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2.3.06
Coitado do Jorge (9)
BRINCOS
Parecem mergulhados em perfume, os brincos do meu amor, esquecidos na mesinha.
Cheiro-os todo dia e ainda rescendem, ao fim de três semanas…
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