8.1.21

José Antonio Labordeta (Foi isso)

 


ESTO FUE...

 

 Apenas un recuerdo, un vago sueño
de pasados domingos sin iluminarias
donde los camareros se aburrían
en establecimientos de segunda categoría. 

Todo lo demás es un recuerdo nostálgico
de prensados días escolares
en el juvenil guardapolvo de los lunes. 

Un sueño escaso de lluvias impares,
de noches inconclusas en mi pijama a rayas,
de furtivas huidas sin permiso
y, quizás, de algún funeral sin esperanza. 

Años cautivos que huyeron de nosotros
a través de unos textos donde puede leerse: 

Hoy no llueve... Domingo...
Quizás mañana muertos...
Mi padre me ha pegado...
Ya no hay amor... La una menos diez...
Huimos...
         Y huimos para siempre.

 

José Antonio Labordeta

  

 

Uma recordação apenas, um vago sonho
de passados domingos sem luminárias
onde os empregados se aborreciam
em estabelecimentos de segunda.

Tudo o mais é uma lembrança nostálgica
de longos dias escolares
na gabardina das segundas-feiras.

Um sonho escasso de chuvas ímpares,
de noites inconclusas no meu pijama de riscas,
de fugas furtivas sem licença
e, talvez, de algum funeral sem esperança.

Anos cativos que nos escaparam,
por agendas onde pode ler-se:

Hoje não chove… Domingo…
Amanhã quiçá mortos…
Meu pai bateu-me…
Não há amor já… Uma menos dez
Fugimos…
               E fugimos para sempre.

(Trad. A.M.)

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