EL
RINCÓN
Se acuesta en el hueco del
trinchante oscuro.
Visto desde ahí
el mueble parece un ataúd. El
niño juega
a que ya se ha muerto.
O va a la cocina, a un
rinconcito
y mira a las mujeres pelando choos
mientras cuentan historias de
mayores
(esas bandadas de sentidos no lo
alcanzan
pues él todavía no llegó al
presente).
Mira a su madre. Si ella está allí, debe ser de este mundo.
Él, que viene de tan lejos, no
tiene donde ir.
Juega a que está vivo
mientras arde, indefenso, el
rincón
y más allá toda la tierra,
de vida
arde,
inocente,
alrededor de ese leve meteorito.
Leopoldo Castilla
Deita-se no vazio do escuro cortante.
Visto dali
o móvel parece um ataúde. A criança brinca
a ter morrido.
Ou vai à cozinha, a um canto
e olha para as mulheres a esfolhar milho
enquanto contam histórias dos antigos
(que não o atingem
pois ele ainda não chegou ao presente).
Visto dali
o móvel parece um ataúde. A criança brinca
a ter morrido.
Ou vai à cozinha, a um canto
e olha para as mulheres a esfolhar milho
enquanto contam histórias dos antigos
(que não o atingem
pois ele ainda não chegou ao presente).
Olha para a mãe, se ela ali está, há-de ser
deste mundo.
Ele, vindo de tão longe, não tem aonde ir.
Brinca a estar vivo,
enquanto o recanto arde, indefeso,
o recanto e mais além a terra toda,
arde de vida,
inocente,
em volta desse leve meteorito.
deste mundo.
Ele, vindo de tão longe, não tem aonde ir.
Brinca a estar vivo,
enquanto o recanto arde, indefeso,
o recanto e mais além a terra toda,
arde de vida,
inocente,
em volta desse leve meteorito.
(Trad. A.M.)