22.8.06

Amalia Bautista (Enigma)











ENIGMA








El primero dia que salí contigo
dijiste que era estraño tu trabajo.
Nada más. Sin embargo, yo sentía
que mi piel se rasgaba hecha jirones
cada vez que tus manos me rozaban,
y que tus ojos eran como aceros
que hacían que los míos me dolieram.
En adelante siempre fue lo mismo:
Tú te enorgullecías de tu arte,
más sutil y directo cada día,
y yo no comprendía nunca nada.
Ahora lo sé. Conozco ya tu ofício:
Lanzador de cuchillos. Has lanzado
contra mi corazón el más certero.


Amalia Bautista






No primeiro dia que saí contigo
disseste que o teu trabalho que era estranho.
Mais nada. Todavia, eu sentia
a pele a rasgar-se como trapos
de cada vez que me tocavas com a mão.
E os teus olhos pareciam-me punhais
a fazer-me doer os meus.
Daí para a frente foi sempre a mesma coisa:
tu orgulhavas-te da tua arte,
mais subtil e directo em cada dia
e eu nunca percebia nada.
Mas agora sei. Já conheço o teu ofício:
Atirador de facas. A mais certeira
atiraste-ma ao coração.

(Trad. A. M.)



BIOGRAFIA
Amalia Bautista nasceu em Madrid em 1962.
Jornalista de formação, trabalha como redactora no gabinete de Imprensa do Conselho Superior de Investigações Científicas.
Publicou La mujer de Lot y otros poemas (Llama de amor viva, Málaga, 1995), Cárcel de amor (Renacimiento, Sevilha, 1988), Cuéntamelo otra vez (La valeta, Granada, 1999), La casa de la niebla. Antología 1985-2001 (Universitat de les Illes Baleares, 2002), Estoy ausente (Pré-Textos, Valência, 2004), Pecados, com Alberto Porlan (El Gaviero, Almería, 2005) e Tres deseos, Antologia) (Renacimiento, Sevilla, 2006).
Podemos encontrar poemas seus nas seguintes antologias: Una generación para Litoral (Litoral, Málaga, 1988), Poesia espanhola de agora (Relógio D’água, Lisboa, 1997), Ellas tienen la palabra (Hiperión, Madrid, 1997), Raiz de amor (Alfaguara, Madrid, 1999), La generación del 99 (Nobel, Oviedo, 1999) e Trípticos Espanhóis-3º, (Relógio D’água, Lisboa, 2004).



Fontes: Bio+foto / Mais poemas

.