Nesse momento, projectamos sobre outrem essa necessidade de amor, fixamo-la, endurecemo-la e ignoramos o outro que se tornou na nossa imagem, no nosso totem.
Ignoramo-lo, crendo adorá-lo.
Aí está, na verdade, uma das tragédias do amor, a incompreensão de si mesmo e do outro.
Mas a beleza do amor é a interpenetração da verdade do outro em si e da de si no outro, é encontrar a sua verdade na alteridade.
- EDGAR MORIN, Amor, poesia e sabedoria, Lisboa (Piaget), 1999, p. 34.
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