24.1.13

João Araújo Correia (O sorriso desta peixeira)





O sorriso desta peixeira...

Repararam?

Sorriu-lhe a canastra do peixe, as ramagens do lenço, o oiro das arrecadas, o oiro do cordão, a boca descorada de mulher com filhos, as pupilas calmas de trabalhadeira, até as camarinhas da testa e do nariz lhe sorriram...

Riso que lava o ar da rua onde apregoa o peixe, riso claro e puro, iluminaria atalho perigoso, dando confiança ao bom e inquietude ao celerado.



- JOÃO DE ARAÚJO CORREIA, Sem Método, V.

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