25.4.11
Angel Crespo (Ignorância de outono)
IGNORANCIA DE OTOÑO
Para ignorar, hay que vivir.
Las manos ya se niegan
al testimonio de los días
y las noches paradas.
Maduras
pero todavía no asoman,
amargos, los gajos abiertos
que oculta tu temor.
Aún no ignoras bastante.
Temes el vuelo de ese pájaro
obstinado.
¿Transcurren, pues, las estaciones
o eres tú, tan absorto, el tiempo?
Sabes ya que la lluvia
no importa, que nada vale el plazo
de la espera.
Lo sabes
e ignorar es el alimento
del hombre -el de esta brisa
que no se sabe aire.
Ángel Crespo
Para ignorar, há que viver.
As mãos negam-se já
ao testemunho dos dias
e das noites paradas.
Maduras
mas não mostram ainda,
amargos, os galhos abertos
que o teu temor oculta.
Não ignoras ainda bastante.
Temes o voo desse pássaro
obstinado.
Transcorrem, pois, as estações
ou és tu o tempo, tão absorto?
Sabes já que a chuva
não importa, que nada vale o prazo
da espera.
Sabe-lo
e ignorar é o alimento
do homem – o desta brisa
que não se sabe ar.
(Trad. A.M.)
>> A media voz (23p) / Wikipedia
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