30.3.16

Paulo Castilho (Valentim)





Mas o Valentim tem as suas vantagens.

Não me constrange, pouco espaço ocupa na minha vida, é o homem mínimo, é quase como se não existisse.

Mais eu não aguentava.

Poucos direitos lhe cedo sobre o meu corpo, nenhuns sobre a minha alma.

Homens é como ‘nouvelle cuisine’: sempre em doses ínfimas.

Além disso, o Valentim é um rafeiro e eu gosto de rafeiros porque ficam agradecidos com muito pouco.
Encontro-lhes sempre uma graça qualquer e afeiçoo-me. (p. 82)



PAULO CASTILHO
Domínio Público
(2011)

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