7.2.16

Helder Moura Pereira (Jamais me passaria pela cabeça)





Jamais me passaria pela cabeça
mas juro que chegou ao pé de mim
e disse como lhe fazia impressão
que eu outrora tivesse sofrido
- e agora era o que se via.

Quando não conseguia dormir
e o horror, o horror gritava em mim
tive felizmente um amigo
que aceitava aturar-me alcoolizado
quase até ao nascer do sol.

Com isso é que ele não podia.
Eu descia as escadas, dava-me
uma fome tão grande que ia comer
um bife e beber cerveja mista.
Depois aquilo passava-me.


Helder Moura Pereira

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